Thomas Kuhn foi um físico norte americano que, em sua obra A Estrutura
das Revoluções Científicas, nos apresenta uma ampla e profunda análise sobre o
universo científico, mais precisamente, como se dá a construção das mudanças
científicas.
Nesta obra, atentamos os capítulos 4, 6 e 8, dos quais farei breves
considerações nesta postagem.
Inicialmente, Kuhn observa a necessidade do cientista em identificar e
embasar-se em determinado paradigma da sociedade que lhe é exposto para começar
a trabalhar nele. Embora, um paradigma baseie-se no conjunto de crenças das
quais um campo tem em comum (por quaisquer que seja as influências) a partir
daí, cria-se uma certa concepção de interpretação á aquele grupo, porém,
segundo Kuhn " a existência de um paradigma nem mesmo precisa implicar a
existência de qualquer conjunto completo de regras." (p. 69). Os
paradigmas são bases para estudo e criação de teorias, e ser tidos como guias ao meio científico. Porém, quando tais paradigmas sofrem mudanças, a intensidade de tal mudança, isto é, se a aplicação deste paradigma estende á muitas áreas, faz com que determinados subcampos dentre o meio científico
sinta a revolução.
"... embora uma modificação nas leis mecânica-quântica seja revolucionária para todos esses grupos, uma modificação que reflete apenas uma ou outra aplicação do paradigma será revolucionária somente para os membros de uma subespecialidade profissional específica." (p.75)
Ainda que haja casos em que a intensidade revolucionária paradigmática
dependa do campo de aplicação, de fato é provável, que a reformulação de um
paradigma seja de grande impacto na sociedade em que usufrui dele. Kuhn
teoricamente desmembra o processo da criação de determinado paradigma até os
resultados obtidos após uma suposta reformulação do mesmo. Seria supostamente
em três, a apresentação do conceito de paradigma tratado no texto, e
apresentado logo acima; a identificação de uma anomalia (questões que o
paradigma adotado não consiga suprir, por conseguinte remete a sensação de mau
funcionamento) que quando cumulativa, acarreta numa crise, e que por fim desencadeia a
revolução científica com uma nova teoria. Em certas passagens, o autor frisa uma qualidade de grande importância para o apresentador e defensor do paradigma em
aceitação, a persuasão.
Vale considerar que tais crises, não precisam terminar necessariamente
com a adoção de um paradigma novo por inteiro. Defrontando-a com os problemas que o
paradigma dominante apresente, após análises profundas é possível encontrar soluções para
tais problemas dentro deste mesmo paradigma, ou podem reconhecer que o
paradigma não atende tais questões, porém os instrumentos obtidos não colaboram
para a resolução (daí então estas anomalias são postas de lado, para serem
analisadas posteriormente), ou ainda, enfim é aceito o estado de crise e
reconhecimento destas anomalias, daí a necessidade de criação de um novo
paradigma, que pode ser como uma reformulação do paradigma anterior porém
atendendo á essas novas questões, ou completamente diferente, propondo uma
outra vertente.